Não vem do nada, ter ideias genuínas faz parte de um processo que deve ser respeitado.
Aqui no lab, estudamos comunicação, lemos, testamos e também observamos o que os outros estão fazendo e como estão fazendo.
Nos deparamos com o sonho de muitos em crescer em números, conexões e consumidores, seja de conteúdos, serviços ou bens materiais. Muitos veem a rede social como um caminho milagroso para o sucesso absoluto em vendas e muito dinheiro no bolso.
Apesar de vermos diversas pessoas que conseguiram transformar a sua realidade usando as redes sociais como ferramenta, o simples ato de postar e esperar a chuva de curtidas e seguidores não leva a nada. Já falamos um pouco sobre o perigo dessa fixação com os números no nosso blog.
Quem buscou se aprofundar e pesquisar um pouco sobre comunicação e marketing digital já percebeu a importância da ORIGINALIDADE na criação de conteúdos que atraem a atenção em meio à avalanche de fotos, vídeos e textos que encontramos por aí todos os dias.
Temos um notícia ruim: conteúdos originais dificilmente nascem em meio a tantas demandas e é difícil explicar isso a quem não é do meio da Comunicação. Na maior parte do tempo vemos pessoas pressionadas pela necessidade de fazer postagens diárias ou até mais de um post por dia, em alguns casos.
Essa pressa faz com que encontremos um verdadeiro copia e cola, reproduzindo formatos vistos em outros lugares que pouco ou nada tem a ver com a realidade e a prática específica de cada pessoa.
Por que é tão importante criar seu próprio conteúdo?
O que é novo sempre chama a atenção. Isso não quer dizer que está proibido “copiar” uma coisa ou outra do vizinho, na verdade, o ideal acaba sendo o caminho do meio, inovar e também apostar na sua versão do que já funcionou com outras pessoas.
Já olhou o conteúdo de alguém e pensou que poderia ficar melhor se acrescentasse mais umas coisinhas? É exatamente esse pensamento, que quando trabalhado, leva a posts mais elaborados e únicos, que se destacam no feed de qualquer um.
É conceito que você quer?
A verdade é que conceito leva tempo. É um conjunto de referências artísticas, dos livros, textos acadêmicos, pesquisas, vivências e é claro, a produção de outras pessoas que fizeram a mesma coisa.
O diretor da aclamada animação ‘A Viagem de Chihiro’ se tornou meme após ser filmado sobre como é seu processo criativo, uma verdadeira batalha. A reportagem documental do canal japonês NHK está disponível em 4 episódios que resumem os 10 anos de produção do Studio Ghibli.
Além disso, existe uma thread, que vale a pena conferir, com prints dos melhores momentos do diretor, preso em seus pensamentos até vir uma ideia que seja a solução da narrativa. Hayao intercala momentos de foco com passeios, cigarro e comidinha, ou seja, qualquer atividade que tire de foco a necessidade daquele insight.
Esses momentos fazem com que o cérebro trabalhe nos bastidores, incluindo até a procrastinação como um fator que aguça a criatividade, se realizada com moderação.
E esse período de desfoco é apenas um dentre as quatro etapas do processo criativo. Foi Graham Wallas, pesquisador na área de Psicologia Social que criou a teoria ‘A arte do pensamento’, dividindo o processo criativo em quatro estágios essenciais:
1. Preparação, o primeiro passo
A primeira etapa consiste na pesquisa. Abrir inúmeras abas no navegador, fazer mapa mental e pensar nas diversas possibilidades de direção do seu projeto.
Pode ser montar um feed bacana até construir uma casa, tudo exige pesquisa e a internet pode fornecer ferramentas úteis nesse momento.
2. Incubação das ideias
Esse momento é tão importante quanto os demais e consiste em simplesmente dar tempo ao tempo. O amadurecimento de ideias também precisa do nosso inconsciente, que absorve o que é vivenciado e trabalha na gestação dos pensamentos.
A incubação é a fase que mais aparece em pesquisas sobre criatividade e é a fase que mais se pergunta aos grandes expoentes do universo artístico.
Alguns caminham e outros usam seus hobbies pessoais para chegar ao momento de epifania. O importante não é a atividade em si, mas sim tirar o foco sobre a necessidade de resolver o problema.
3. Iluminação, ela vem
Eureka, yeyy!! Essa é a hora de criar, escrever, desenhar, o que estiver dentro da sua área de atuação.
Aproveite esse momento para ter foco e colocar uma playlist de concentração ao seu gosto: sons da natureza, piano, lo-fi e binaural beats são os mais procurados. Deixe fluir e se possível, anote tudo que vier à sua mente.
4. Verificação e feedbacks
Ideal para ser realizada após alguns dias da ‘iluminação’. É um momento de rever o que foi produzido, avaliar e pedir feedbacks.
Use esse tempo para conversar com pessoas que você confia ou tem como referência de trabalho. Professores, amigos de trabalho ou até mesmo alguém da família, todo comentário é válido.
É importante ressaltar que errar faz parte do processo de aprendizagem. Pode ser que você receba feedbacks que te obriguem a voltar alguns passos atrás e repensar a ideia, pode ser que sejam necessários só alguns ajustes e refinar o resultado final. O principal recurso que você vai precisar ter pra ser bem sucedido nesse processo é estar aberto ao ERRO. Vamos errar muito para aprender muito antes de chegar no lugar de excelência que sempre sonhamos.
O fato é: nem sempre os resultados serão redondos e alinhados ao que foi esperado e está tudo bem também. O importante é fazer acontecer, tentar sem medo de tentar novamente.
Respeite seu tempo e tire boas lições do que foi realizado.
Agora uma dica bônus: nas redes sociais temos muito espaço para compartilhar esses processos criativos. As pessoas que te acompanham vão adorar saber no que você está trabalhando e entender os detalhes únicos do seu processo. Os vídeos curtos estão em alta e podem ser a melhor forma de compartilhar o que torna o seu trabalho diferente de todos os outros. Se jogue de cabeça e lembre sempre que para seu público o resultado final importa menos que o processo, as pessoas estão buscando se inspirar, aprender e compartilhar esses momentos com você.
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