Por RPretas*
Em 2019, criamos a campanha #MarçoVermelho para debatermos as diferentes vivências do ser mulher durante todo o mês de março. Em 2020, a campanha está de volta com novos temas em todos os canais de comunicação da Cative!
Essa é a pergunta que norteia a campanha idealizada pelo RPretas nas redes sociais no mês de março. Para discutir a presença e visibilidade de mulheres negras no mercado de trabalho, a campanha vem repleta de informações, dados, interação e ações, em parceria com a Agência Cative! na produção de materiais estratégicos.
Durante esse texto, mostramos algumas imagens desenvolvidas durante nossa campanha para mostrar que as mulheres negras ocupam diversos espaços na sociedade. Chega aqui que a gente te conta mai sobre a campanha!
Enquanto relações-públicas e mulheres negras, estamos sempre batendo na tecla de pensar quem compõem as equipes de empresas e agências, principalmente as que levantam a temática da diversidade em suas campanhas. Sendo um tema tão discutido, como podemos pensar diversidade em um mercado ainda tão… branco e masculino? A diversidade “da boca para fora”, ou melhor, “da porta da empresa para fora” não é o suficiente. Na verdade, essa tática reforça o racismo estrutural, pois vende uma falsa inclusão sem necessariamente trabalhar isso no interior da própria organização, perpetuando as mesmas condições desiguais. Nossos rostos na campanha gera grana, mas no cargos de liderança não compensa?
Mais do que ações isoladas ou campanhas com propósitos comerciais, é preciso criar programas de inclusão que sejam efetivos de fato. Se apenas 0,4% de nós está ocupando os cargos executivos das grandes empresas, como aponta pesquisa do Instituto Ethos, ainda há um longo caminho a se percorrer até a representação adequada.
A conta não fecha: quem pensa sobre diversidade não é diverso. Quem pensa sobre mulheres negras dentro da área da comunicação não são outras mulheres negras nas grandes agências e empresas.
Com isso em mente, nós do coletivo RPretas, desenvolvemos uma campanha onde pudéssemos falar sobre o nosso principal fator de atuação: sermos protagonistas da narrativa!
No mês de março celebra-se o Dia Internacional da Mulher e é comum vermos campanhas e ações evidenciando mulheres de sucesso, principalmente no campo profissional. E é comum que essas profissionais sejam, em sua maioria, mulheres brancas. Mas fica essa questão: apenas mulheres brancas representam o padrão de sucesso? Qual é, de fato, esse padrão?
A partir disso apresentamos dados, perspectivas, projetos, conteúdos, ações nas redes e nas ruas, buscando discutir toda a trajetória da mulher negra no mercado de trabalho e no acesso a cargos estratégicos, bem como dar visibilidade às mulheres negras de sucesso do nosso dia a dia para #RessignificarOSucesso.
Para isso, a Agência Cative! entrou em ação na captação, produção e edição de um vídeo institucional da campanha, que ilustrasse toda a importância dessa discussão em poucos segundos, além de também de produzir conteúdos próprios sobre o tema em suas redes.
O resultado? Conexão!
Em tempos de novas mídias e influência, quem produz o conteúdo é tão importante — senão mais — quanto o conteúdo ou a campanha em si. As pessoas querem ter sua história contada por quem também vivencia realidades semelhantes e não mais somente pelo olhar do Outro.
A palavra de ordem ainda é diversidade, mas precisa ir além da representatividade nas campanhas e chegar até quem a produz e realiza. Respeitar os públicos é entender que ele não está constituído pela mesma classe econômica, gênero, sexualidade e raça. Diversidade estratégica quebra o padrão de uma única narrativa e por isso gera conexão e relacionamentos duradouros. Essa é a grande jogada da comunicação e as marcas que não acompanharem essa necessidade, acabam ficando para trás.
Só se entende um público em sua totalidade quando se faz parte dele, só se entende a subjetividade de um grupo quando se entende a necessidade da mesma dentro daquele contexto.
A campanha #RessignificarOSucesso do RPretas mostra que por trás de grandes campanhas, na frente de grandes campanhas, em cargos de liderança, é necessário que mulheres negras ocupem cada vez mais esses espaços.
O coletivo RPretas é formado por três mulheres negras da área das Relações-Públicas. Luana Protazio, Mariana de Moraes e Pryscila Galvão, que se uniram para impulsionar e catalogar projetos e empreendimentos negros e periféricos na cidade de Bauru através da produção de conteúdos e network.
O Coletivo também nasce da necessidade de discutir a extrema relevância em se ter profissionais negros engajados dentro das ações de comunicação das marcas, a fim de criar e estabelecer o protagonismo do público negro e periférico, sem a interferência dos estereótipos enraizados pela mídia.
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Confira abaixo todos os textos da #MarçoVermelho:
#MarçoVermelho: por que criamos?
Masculinidade tóxica: o que o Marketing tem a ver com isso?
Por que as mulheres precisam ser guerreiras
Você conhece as mulheres que estão fazendo História agora?
Quem cuida de quem cuida? : o estereótipo da mulher cuidadora
#MarçoVermelho: como os estereótipos influenciam na saúde da mulher
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Até a próxima!