O que ficou com o que vimos e (infelizmente não presenciamos) das Olimpíadas
As discussões paralelas, para além de performances e resultados, que precisamos nos lembrar sobre Tokio 2020.
No Brasil é preciso fazer “das tripas coração” pra viver sendo atleta. A falta de investimento vem com força!
R$550 é a média salarial que cada ginasta recebe. Dá pra bancar passagem né?
O Brasil fechou os Jogos com 21 medalhas. E isso é incrível, pensando que o governo Bolsonaro extinguiu o Ministério do Esporte e o Bolsa Atleta não tem reajuste desde 2010.
E há quem romantize tudo isso. Só parem.
Pra quem não sabe a atleta Naomi Osaka acendeu a pira olímpica durante a cerimônia de abertura dos Jogos. Isso diz muito sobre a mensagem transmitida por parte do evento.
Naomi é filha de imigrantes, a mãe japonesa e o pai haitiano, ou seja, a questão sobre racismo dobra!
E isso nos lembra também sobre como as Olimpíadas são um espaço importante de manifestação. Lembrando que o Comitê Olímpico Internacional passou a permitir manifestações políticas, mas não quando os atletas estão no pódio. Como assim?
Raven, atleta de arremesso de peso, ergueu os braços e os cruzou em forma de X no pódio. Ela explica que o ato representava “o cruzamento em que todas as pessoas oprimidas se encontram”.
E tudo começou em 1968, com essa foto que causa arrepio até hoje.
E ainda temos muito que aprender e melhorar sobre diversos tipos de opressões. Como o racismo amarelo/ marrom, por exemplo, destinado às pessoas do Oriente Médio e países “orientais”, envolvendo estereótipos e xenofobia.
E em busca de like no Twitter parece que vale tudo, inclusive falar que “Hiroshima e Nagasaki foi pouco”, ou seja, justificando um evento traumático, de guerra dos Estados Unidos contra o Japão. Super tranquilo falar sobre isso, não?
Também ficou marcado na história a atitude corajosa da ginásta Simone Biles ao priorizar a saúde mental e escolher não competir.
E pra variar, sempre tem quem critique qualquer tomada de decisão. Falar sobre saúde mental ainda é vinculado com falta de força de vontade ou “mimimi”, e pra eles, o recado tá aí:
Bateu a saudade? Corre acompanhar as paralimpíadas, que começaram nesta terça-feira (24).
Brasil segue com 253 atletas, a maior delegação das Paralimpíadas de Tóquio e com um total de 301 medalhas.
E fica a indicação de conteúdo da jornalista Ana Clara Moniz que está fazendo essa cobertura no Instagram, como mídia independente.
Ela questiona a lacuna presente nas grandes mídias que não transmitem as paralimpíadas e luta por mais acessibilidade e representatividade.
Materiais de pesquisa: